Mas que diabos é o Chaco?
O Chaco tem uma extensão aproximada de 1.280.000 km2 e cruza a Bolívia, Argentina e Paraguai, sendo que ele corresponde a um pouco mais da metade do território Paraguaio.
De clima extremo, a temperatura chega a altas de 45° e as vezes despenca para abaixo de zero. Árido, o chão é de uma terra tão fina, que tem gente que chama essa poeira de talco. Pra quem tem rinite, nunca venha para cá na seca. E nem na chuva, pois com certeza você ficará atolado. Essa terra molhada vira uma argila, muito utilizada para fazer tijolos e levantar casas.
Entre Dezembro e Janeiro, época das chuvas, podem cair tempestades de 160 ml em apenas 30 minutos. Como prova, tem esse vídeo, feito pela Silvia e João, daqui da fazenda. Reparem que aos 0:49, um jacaré cruza a estrada alagada.
A fauna e flora daqui é muito rica e já nos surpreendeu muitas vezes. Uma delas foi esse tamanduá simpático, que veio até a casa e posou para fotos antes de ir embora.
Todo o Chaco é muito verde. Muitas árvores, de várias espécies, mas a principal é o Carandá, muito usado para construções. Mangueiros, coberturas pros carneiros, postes pra cerca. Aqui tudo é aproveitado.
E precisa ser assim. Em uma região que em época de seca a chuva é comemorada, ela também é coletada dos telhados e armazenada em caixas d’água. O curioso é ninguém teve sucesso ao perfurar um poço. O lençol freático, se é que ele existe, nunca foi atingido por aqui. E olha que estamos perto do aquífero Guarani, que já foi o maior reservatório subterrâneo de água doce do mundo.
Antes de levantar a casa, constrói-se um reservatório abaixo das fundações. Isso é chamado de algibre, e no nosso caso aqui, tem capacidade para 40.000 litros de água.
No campo, são construídos os terramar que são tanques artificiais grandes e fundos para aguentar a estiagem. Tem esse nome, pois parece um mar no meio da terra. Eles são enchidos pela água da chuva. No terramar tem lobós aos montes e é muito comum você ver jacarés nadando.
Desses terramar, vem a água que enche o algibre. Banho, lavar louça, dar a descarga e até escovar o dente, é tudo feito com essa água embarreada que é tratada com cloro, mas dificilmente fica transparente.
E o Chaco, sendo uma terra de extremos, não nos poupa das belezas naturais. Cada dia é um por do Sol único, um mais bonito que o único. Existe também uma lagoa, que se torna um refúgio para os animais na época mais seca. Ao chegarmos nela, pudemos ouvir vários jacarés se assustando e caindo na água para fugir de nós. Ao longe, cansamos de contar quantos estavam na água, mas com certeza eram mais de 25.
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