Sigiryia, entalhada na pedra

Sri Lanka, 23 dias de vida quase mansa

Banhado pelo Oceano Índico, o mesmo mar das Maldivas, o Sri Lanka possui praias maravilhosas, com águas cristalinas e quentes. Toda sua costa é forrada de turistas europeus e principalmente russos, que fogem do frio. Andando pelas avenidas nas praias de Hikkaduwa, é mais comum ver placas escritas em alfabeto cirílico do que em inglês, o que torna o cenário um pouco estranho para nós.

Passamos 13 dias no litoral, conhecendo as principais praias turísticas do país. Negombo é a cidade do aeroporto internacional, então muita gente vem e fica por aqui mesmo. Hikkaduwa fica um pouco para baixo, e para chegar lá precisa-se passar por Colombo, antiga capital, e Bentota, praia luxuosa que preferimos não ficar por questões financeiras. Hikkadua é onde começa o agito, e foi onde vimos a mair concentração de jovens. Muitos bares, restaurates a beira-mar, resorts e claro, preços altos.

Seguindo o conselho de alguns cingaleses, seguimos para Unawatuna, uma pequena praia que fica depois de Galle e que foi devastada pelo Tsunami de 2004. Foi lá que fizemos base, e depois de mergulharmos, esperamos pelo fim do mundo sentados na praia com uma cerveja na mão e tomando chuva. Quando o mundo não acabou, nos demos o luxo de celebrarmos comprando uma nova cerveja e brindamos o erro dos Maias. Foi também em Unawatuna que fomos em resort e bares, tentando conseguir um trabalho temporário na noite de Natal, em troca de ceia e cerveja. Sem sucesso.

Unawatuna
Unawatuna

Uma vez que teríamos que celebrar o nascimento do menino Jesus por nossa conta, partimos para um novo destino: Mirissa. Chegamos e tivemos que carregar nossas mochilas de 20kg por quase 2 horas procurando uma Guesthouse de 1000 rúpias (+- U$8). O dono do lugar se referiu ao nosso quarto como um “quarto não muito bom, e que não poderiamos reclamar depois”. Na verdade, o quarto era melhor do que muitos que já ficamos em nossa viagem, e foi aí que vimos que quando água quente se torna luxo, é sinal que os padrões já baixaram muito.

Hora da ceia de Natal e eu tirei do fundo da mochila a única camisa de botão que trouxe (maldito peso extra). Passei perfume, vesti uma bermuda limpa e fomos para a praia. A Kris escolheu o restaurante e a nossa ceia foi frango empanado, bacon, banana, fritas e quatro cervejas. Mais do que suficiente para deixar os dois “simpáticos”. Depois de tanto tempo sem usa-lo, nosso fígado perdeu grande parte da musculatura alcoolica criada ao longo dos anos.

Ceia de Natal
Ceia de Natal

Resolvemos mudar os ares, e conhecer outro lado do Sri Lanka: as montanhas, e embarcamos em um ônibus que demorou 5 longas horas para andar 150 km. Chegamos em Ella, e encontramos a melhor hospedagem da cidade. Era a casa de uma moça de 31 anos e que cozinhava um dos melhores rice & curry que comemos no país, por um preço mais do que justo. Foi em Ella também, que fizemos a maior parte das andanças no Sri Lanka. Subimos e descemos 700 degraus para ver uma gruta, andamos 7km para ver uma cachoeira, 12km para ver outra e depois 8km para subirmos uma montanha e termos uma vista do Ella´s Gap, o vale da cidade.

Ella´s Gap, a vista do vale das montranhas da pequena cidade Ella
Ella´s Gap, a vista do vale das montranhas da pequena cidade Ella

Saímos de Ella e fomos conhecer Nuwara Eliya, uma cidade apelidada de Little England, e tivemos que usar casaco pela primeira vez. A cidade é inteira com casas no padrão europeu e famosa pelas plantações de chá. Foi lá que passamos nosso Reveillon, tomando Arrack com Ginger Beer, uma versão local do que seria a nossa Cuba Libre.

Depois foi a vez de irmos para Sigiriya, uma construção antiga cravada num bloco de pedra gigante e em forma de leão. Sua história varia de acordo com quem conta, e enquanto os historiadores dizem que ela foi construída como um templo, os locais preferem acreditar que ela serviu como palácio para o Rei Kassapa, antes de Cristo. Infelizmente não pudemos entrar pois o ticket custava U$30,00 e levamos (muito) menos do que isso em grana. Mas, para não perdermos a viagem, andamos por 7km contornando toda a pedra.

Sigiryia, entalhada na pedra
Sigiryia, entalhada na pedra

Com o roteiro finalizado, voltamos para Negombo e ficamos na casa de um motorista de Tuk Tuk, esperando o dia de embarcarmos para a Tailândia. Fizemos as contas de quanto havia sobrado de dinheiro e descobrimos que fomos extremamente econômicos: passamos 23 dias no Sri Lanka com aproximadamente U$430. Para comemorar, nos permitimos tomar cerveja nas três últimas noites que restavam por em terras cingalesas.

O Sri Lanka foi um país muito bom conosco. Conseguimos descansar e aproveitar as praias, coisa que fazia muito tempo que estávamos com vontade. Sofremos assédio dos locais, mas muito menos do que em outras situações. Quando o assunto é dinheiro, algumas pessoas tentam passar o turista pra trás, mas se você estiver prestando atenção e questionar o malandro, ele desiste na hora de tentar te enganar. Os truques geralmente se resumem a falar um preço diferente do que está marcado no produto ou do que foi negociado anteriormente. Mas no geral, o cingales é um povo extremamente simpático e atencioso e muito orgulhoso de seu país. Ele sempre vai perguntar ao turista o que está achando do Sri Lanka, e terminar falando que ele vive em um país muito bonito, coisa que somos obrigados a concordar.

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igor.samczuk

Author: igor